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4/03/21 às 16h32 - Atualizado em 6/10/22 às 18h48

Projeto promove a igualdade de gênero

Parceria entre escolas públicas e UnB usa tecnologia para inserir meninas em cursos ocupados majoritariamente por homens

 

Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF

 

|O professor Carlos Alberto de Oliveira acredita no potencial das estudantes do Meninas.comp. Foto: Mary Leal, Ascom|SEEDF

 

Sentadas no laboratório, as estudantes se debruçam sobre a bancada para criar um sensor. O objeto vai ajudar um estudante com deficiência que contou sobre a dificuldade em se movimentar pela casa com a cadeira de rodas. Semelhante aos sensores existentes nos carros, o aparelho emite um sinal sonoro que avisa sobre a proximidade da cadeira com outros objetos.

 

A cena do laboratório ocorreu no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, sob a coordenação do professor Carlos Alberto de Oliveira. Mas há alguns anos, as estudantes não conheciam a linguagem de programação e esse era um universo distante. Tudo mudou com as adversidades vivenciadas por uma graduanda em Ciências da Computação, na Universidade de Brasília (UnB), que inspirou a criação de um projeto que incluísse meninas no campo científico.

 

O podcast EducaDF desta semana aborda a parceria das escolas públicas com o projeto Meninas.comp. Para tanto, conversamos com o professor Carlos Alberto de Oliveira sobre o sucesso do projeto e o avanço das meninas. Confira o podcast nas plataformas de áudio.

 

A hora e a vez das meninas

 

|Estudantes do CEM Paulo Freire participam da CampusParty Brasília 2019. Foto divulgação

 

O projeto Meninas.comp foi criado por professoras do Departamento de Ciência da Computação da UnB, em 2010, com o objetivo de fomentar a inclusão de meninas de escolas públicas do Distrito Federal em cursos ocupados majoritariamente por homens. Em 2014, sob a batuta do professor Carlos Alberto, as estudantes passaram a ter aulas de linguagem de programação, eletrônica, noções de eletricidade, uso de protocolos entre outras e começaram a desenvolver produtos como braços robóticos, sistemas para casa inteligente e alarme para evitar acidentes com gás.

 

 

O resultado de todo esse empenho é o ingresso de diversas alunas em universidades. Elas ingressam em engenharia, física e outros cursos, como fruto dos projetos desenvolvidos em escolas públicas❞

Carlos Alberto, professor 

 

O resultado de todo esse empenho é o ingresso de diversas alunas em universidades. Elas ingressam em engenharia, física e outros cursos, como fruto dos projetos desenvolvidos em escolas públicas”, afirma o professor.

 

A estudante Ana Júlia Briceñoé uma das beneficiadas pelo projeto. Ela ingressou em 2015, quando estava no 1º ano do Ensino Médio e a escolha foi decisiva para sua vida profissional. “Hoje eu faço Engenharia de Software na UnB, graças ao projeto. Eu nunca havia pensado nesse curso, porque eu nem sabia da existência dele. Aulas de robótica e informática são essenciais, principalmente para meninas, porque expandem nosso horizonte. O projeto Meninas.comp nos mostra que somos capazes de estar nessas áreas, que são dominadas por homens”, explica Ana Júlia.

 

Segundo Guilherme Baroni, da Diretoria de Governança em Projetos e Políticas Públicas, neste ano a meta é criar um contexto favorável para tornar a robótica educacional uma realidade na educação básica. “Também vamos incentivar a participação dos estudantes na Olimpíada de Robótica e na Mostra Nacional de Robótica, etapa distrital”, ressalta.

 

 

 

 

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