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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
30/05/19 às 15h34 - Atualizado em 6/10/22 às 18h57

Curso discute práticas pedagógicas na educação prisional

Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF

 

Aos 17 anos, *Marcos foi apreendido por ter supostamente agredido a avó. A breve experiência fez com que refletisse sobre o que poderia ter feito para evitar a situação. Na época, ele estudava, mas, ao sair e por meio das histórias que ouviu, compreendeu que o conhecimento era realmente importante. “Tive uma nova chance, se a pessoa se empenhar, estudar, pode mudar uma vida, mesmo”, declara.

 

O subsecretário de Educação Básica, Helber Ricardo Vieira, defende o papel da Educação na vida dos estudantes do sistema prisional. Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF

A educação prisional no DF é uma realidade. Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), há uma grande demanda em relação à escolaridade da população carcerária, que é formada por pessoas jovens. Para suprir essa carência, a Rede Distrital de Educação conta com o Centro Educacional 01 de Brasília, que atende cerca de 1,5 mil reeducandos nos estabelecimentos penais do DF.

 

Atenta à qualificação dos profissionais que lidam com esses estudantes, nesta quinta, 30/5, a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE) em parceria com a Diretoria de Educação de Jovens e Adultos (Dieja) promove um curso destinado aos professores regentes da EJA que atuam no CED 01 de Brasília.

Aprender sem parar

A iniciativa contou com a presença do subsecretário de Educação Básica, Helber Ricardo Vieira, que comoveu a todos ao narrar as experiências dos amigos de infância que enveredaram por caminhos opostos às leis.

 

Simão de Miranda explica o projeto Aprender sem Parar, da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE). Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF

“O direito à educação de excelência pressupõe o pleno desenvolvimento do ser humano, a sua preparação para a vida cidadã e à vida do trabalho. Quando é negado esse direito, a consequência é óbvia: esses estudantes vão abandonando a escola, envolvem-se em outras atividades e acabam, se assim sobreviverem, no sistema penitenciário”, alertou Helber.

 

Para Simão de Miranda, da EAPE, a educação de excelência tem relação com a formação do professor, que deve ser contínua, ininterrupta e dinâmica. “Não se pode conceber um profissional que não se atualiza, por isso o projeto de formação continuada é denominado Aprender sem parar”, defendeu.

 

Para a professora de língua inglesa Auxiliadora Aires Araújo, do CED 01 de Brasília, “lecionar para esses educandos é desafiador. Nesse sentido, participar de cursos de formação é importante para que saibamos enfrentar os dilemas com mais eficiência. Também nos sentimos mais seguros e preparados para exercer nosso trabalho”, constata.

 

Pela manhã, os professores participaram da palestra EJA no Sistema prisional – teoria e práticas interdisciplinares. À tarde, será desenvolvida uma oficina. No dia 5 de junho, os professores vão participar de um novo encontro e de quatro oficinas, no turno vespertino, com temas referentes à educação nas prisões.

 

Também estiveram presentes o coordenador da regional de ensino do Plano Piloto, Álvaro Matos de Souza; a coordenadora do 1º segmento da Educação nas prisões, Vanessa Bonfim; o diretor do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica da Subsecretaria do Sistema Penitenciário, Flamarion Araujo; o diretor do CED 01 de Brasília, Wagdo da Silva Martins e a vice-diretora, Elisângela Caldas e Lílian Sena, da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos.

 

Educação profissional é tema de curso para professores da Rede

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