É sabido o quanto a escola é um espaço privilegiado de construção do saber e de socialização das informações. Sua finalidade é, também, a de formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, participantes ativos da sociedade e que reconheçam a qualidade de vida como fator predominante para a obtenção da aprendizagem e da saúde, conforme preconizado nos documentos orientadores desta Secretaria de Estado de Educação.
Diante deste contexto, entende-se que as políticas educacionais fazem parte do processo de crescimento e desenvolvimento humano, situando a escola como espaço essencial para produção e aplicação de saberes, para o desenvolvimento do conhecimento comum e para a integração com a comunidade. Assim, espera-se que essa interação com a comunidade seja o foco principal desta proposta, buscando envolver ações que extrapolam a barreira física das unidades escolares. Cabe destacar, ainda, a importância do Eixo Transversal “Educação para Sustentabilidade”, promovido pelo Currículo em Movimento da Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (2018).
É importante enfatizarmos que a promoção de uma educação para a vida precisa falar também sobre saúde e desenvolvimento humano. Afinal, por meio das interações e mediações vivenciadas, a escola pode tanto promover o bem-estar, a saúde física e saúde mental, o desenvolvimento, quanto também o adoecimento e o sofrimento. Dessa forma, é importante que se verifique quais são os recursos disponíveis que podem favorecer o desenvolvimento social e individual dos (as) estudantes e profissionais, compreendendo também as condições que causam exclusão e sofrimento. Dessa forma, sugere-se que a escola proporcione aos estudantes espaços de escuta, acolhimento e pertencimento assim como fomente a sua participação nas decisões que influenciam os seus processos de escolarização e de convívio social.
Nesse viés, as ações propostas para a Semana de Educação para a vida, devem ser contextualizadas para o universo e a identidade de cada comunidade escolar, respeitando suas características e em acordo com o seu Projeto Político-Pedagógico – PPP, constituídos pelos Planos e Projetos, a saber: Planos de Ação Específicos (Cultura de Paz) e Projetos Específicos da unidade escolar (Interdisciplinares, por componente curricular, por área do conhecimento, entre as áreas do conhecimento, temáticos, transversais etc.).
Assim, orientamos um conjunto de ações pedagógicas a serem desenvolvidas com os estudantes e demais segmentos da comunidade escolar por ocasião da Semana de Educação para a Vida. Os materiais apresentam diversas possibilidades de ações que podem ser adaptadas às diferentes etapas e modalidades e, principalmente, ao contexto de Educação para a Vida: Saúde e Ambiente no Cotidiano Escolar. A proposta é trabalhar, por meio das atividades sugeridas, a temática em tela, com o intuito de contribuir para a formação de uma sociedade cada vez mais solidária e justa, conforme os tópicos elencados no menu acima.
⇅ Ações/Atividades ▼
➔ | Realização de atividades para a promoção do respeito, compreensão, solidariedade, generosidade, cooperação como valores de convivência por meio de músicas, contos, textos jornalísticos, livros, documentários, teatro, parlenda, jogral, cordel, entre outros, produzidos pelos estudantes. |
➔ | Desenvolvimento de dinâmicas de comunicação não violenta e mediação de conflitos em contexto escolar. |
➔ | Concursos de músicas, cordel, paródias, histórias em quadrinhos, livros, vídeos, animações, mascote e teatro, produzidos pelos estudantes com foco no tema de valorização da vida, Direitos Humanos e Diversidade. |
➔ | Realização de atividades com objetivo de que os/as estudantes elaborem seu projeto de vida, desenvolvam a autoestima, a educação emocional, por meio de meditação, de grupos de teatro ou dança, de recreio cultural e desporto. |
➔ | Jogos cooperativos, que podem ser elaborados pelos estudantes e que apresentem na composição de suas regras valores como o respeito, a equidade, a generosidade, a solidariedade, a coletividade, a alteridade, o pertencimento, a igualdade. |
➔ | Rodas de conversa círculos empáticos e estratégia pedagógica para a desnaturalização das violências. |
➔ | Palestras, oficinas, atividades de formação sobre o tema (palestrantes, oficineiros(as), contadores(as) de histórias), preferencialmente, da própria comunidade. |
➔ | Realização de Jogos e dinâmicas de Cooperação: a “Paz, como se faz?” – de autoria de Lia Diskin. |
➔ | Utilização de contos e produção de dinâmicas sobre o texto. Indica-se o conto: “Os cegos e o elefante”, que narra a história de sete sábios cegos que costumavam aconselhar as pessoas com problemas, mas que quando se deparam pela primeira vez com um elefante, revelam como pode ser perigoso conhecer apenas parte da “verdade”. Em tempos de grande circulação de notícias falsas, é fundamental discutir, no ambiente escolar, as diferentes possibilidades e perspectivas de percepção da realidade e como é fundamental a compreensão da totalidade. |
➔ | Atividades pedagógicas a partir da música “toda criança tem direito”. A música permite conversar com as crianças sobre seus direitos e como plantar uma convivência fraterna e saudável no mundo. |
➔ | Recomenda-se atividades decorrentes de produção audiovisual, recomenda o vídeo “Direitos Humanos” (Canal da Charlotte), nele Charlotte apresenta, com seus amiguinhos, os principais aspectos ligados ao campo dos Direitos Humanos. A partir do enredo, é possível conversar com as crianças acerca do que representam esses direitos e porque são importantes. |
➔ | Análise de músicas, elaboração de paródias, peça de teatro, concurso de desenho, entre outros. Sugere-se a utilização da música “Opinião”, de Zé Keti (1964). A partir da canção e ao apresentar o contexto histórico em que ela foi elaborada, é possível discutir sobre desigualdades sociais, do passado e do presente, bem como sobre a violência e o autoritarismo de Estado e como devemos enfrentá-lo nas atitudes diárias, visando a construção democrática e um ambiente social amparado na cultura de paz. |
⇅ Vídeos ▼
⇅ Músicas ▼
Podem me prender Podem me bater Podem, até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião Daqui do morro Eu não saio, nãoSe não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso E ponho na sopa E deixa andar Fale de mim quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã, seu doutor Estou pertinho do céu |
⇅ Textos ▼
➔ Caderno Orientador – Convivência Escolar e Cultura de Paz
➔ Caderno Pedagógico: Paz, como se faz? → autoria de Lia Diskin em parceria com o Governo do Estado de Sergipe, a UNESCO e a Associação Palas Athena, publicado no ano de 2002.
➔ Caderno pedagógico metodológico: Cidadania e democracia desde a escola (Instituto Auschwitz e SEEDF)
⇅ Ações/atividades ▼
➔ | Concurso de músicas, paródias, histórias em quadrinhos, livros, vídeos, animações, mascote e teatro, produzidos pelos estudantes |
➔ | Elaboração de informativo virtual com dados sobre o cenário das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti na comunidade do estudante por meio de programas de áudio sobre a demanda – podcasts; programas em plataformas de compartilhamento de vídeos; Youtube; Vídeo; Instagram, dentre outras – QR Code sobre as causas, sintomas, tratamento e prevenção da Dengue e demais arboviroses |
➔ | Promoção de debates, rodas de conversas e incentivo à produção de textos informativos, elaboração de cartazes, acrósticos, gravação de vídeos educativos, apresentações teatrais, multiplicando para toda a comunidade escolar e não escolar, informações que não só previnem, mas também diminuam a proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, das doenças causadas por ele |
➔ | Planejamento de aulas com destaque para a realidade do estudante (considerando o local onde mora, os trajetos realizados, e os seus espaços sociais de vivência) |
➔ | Construção coletiva do mapa da escola, de sua residência ou de outros locais em sua comunidade, com destaque para os espaços passíveis de tornarem-se criadouros do mosquito, conforme os estudos sobre urbanização e o índice de aumento da incidência de casos de dengue no Distrito Federal |
➔ | Realização de oficinas de análise de tabelas e/ou gráficos acerca de dados sobre os casos de dengue nos últimos anos, no Distrito Federal, abordando noções básicas de estatística (coleta de dados, variáveis, construção de tabelas e gráficos, distribuição de frequências, médias, estatísticas) |
➔ | Confecção de armadilhas com garrafas Pet e similares |
Criação do Comitê Permanente de Estudantes, com a missão de divulgar ações e incentivar parentes, amigos e vizinhos a seguirem as orientações de cuidados e de combate | |
➔ | Desenvolvimento de ações com o objetivo de favorecer a aprendizagem e desenvolvimento de comportamentos de autocuidado e de legitimação do mundo emocional, a partir do reconhecer, acolher e responder de forma positiva às emoções |
➔ | Reflexão sobre as emoções em uma perspectiva de letramento emocional |
➔ | Apresentação das emoções básicas (medo, raiva, alegria, tristeza, nojo, surpresa), a partir de situações desencadeantes, suas funções adaptativas e possíveis disfunções na convivência pelo excesso ou falta de permissão para vivenciar cada uma delas, conforme quadro de referência* |
➔ | A partir de filmes, histórias infanto-juvenis promoção do protagonismo estudantil em releituras sobre as emoções (teatro, desenhos, repentes, rap, poesias etc), buscando evidenciar as disposições a ação gerada pelas emoções básicas e reações socialmente adequadas |
➔ | Cine Debate a partir do filme Divertida Mente (Inside Out) 2015 de Pete Docter e Meg LeFauve produzido pela Pixar |
➔ | Mural ou tarefa de casa com a proposta de “termômetro das emoções” medindo quais emoções básicas estão mais presentes no cotidiano dos estudantes Usar emojis ou tabela de múltipla opção, com as emoções básicas, em que a pessoa observa a própria emoção a partir de uma pergunta geradora (ex: Com que emoção chegou à escola? Ou Que emoção foi mais frequente em você no dia de hoje?) |
➔ | Elaboração de mapa do autocuidado com tempo e opções de ações para uma vida em equilíbrio: descanso, lazer, estudo/trabalho, finanças, vida social e afetiva |
➔ | Práticas de meditação e plena atenção |
➔ | Caminhada pela natureza ou cuidado de plantas nas áreas verdes ou horta escolar |
➔ | Desenhando projeto bem-viver: atividade de reflexão e planejamento a partir das perguntas geradoras, o que preciso aprender para me auto cuidar e ter uma vida boa? Como posso me dedicar a esse aprendizado (com quem e quando aprender?) O que já posso e vou fazer hoje para ter uma vida de autocuidado? A atividade de mural: “Nossos compromissos de Autocuidado” |
Emoção | Padrão de Situação Desencadeante | Função Adaptativa |
Alegria | Progresso em direção à realização de um objetivo | Afiliação: incrementa a capacidade de desfrutar de diferentes aspectos da vida, favorece processos cognitivos, aumenta a curiosidade e a flexibilidade. |
Medo | Perigo | Proteção: facilita o surgimento de respostas de fuga, desvio ou enfrentamento cauteloso de situações perigosas. |
Nojo | Repugnância | Rejeição: produz distanciamento de algo potencialmente prejudicial para a saúde e potencializa o desenvolvimento de hábitos saudáveis. |
Raiva | Uma ofensa, ameaça ou obstáculo | Autodefesa: mobiliza a energia necessária para as reações de autodefesa ou ataque; elimina obstáculos que impedem de alcançar as metas desejadas. |
Surpresa | Algo inesperado | Exploração: facilita processos de atenção e mobiliza processos cognitivos para a nova situação. |
Tristeza | Experiência de perda | Reintegração: aumenta a coesão com outras pessoas; reduz ritmo de atividade geral do organismo, proporcionando uma reavaliação dos aspectos da vida em termos de valores; fomenta o surgimento da empatia e de comportamentos altruístas. |
Fonte: Possebon, Elisa Gonçalves. O Universo das emoções: uma introdução. João Pessoa: Libellus, 2017.
⇅ Vídeos ▼
Menino empurrando a árvore
⇅ Textos ▼
➔ Tenho Monstros Dentro na Barriga – Tonia Casarin
➔ ABC dos Monstros – Tonia Casarin
➔ Bonzinho mas nem Tanto: uma história sobre sentimentos – Cida Lopes ▫ Nós – Eva Furnari
➔ Mania de Explicação – Adriana Falcão
➔ Rita, Não Grita! – Flavia Muniz
➔ Quem tem medo de quê? – Ruth Rocha
➔ A princesinha medrosa – Odilon Moraes
➔ O Medo que mora embaixo da cama – Marisa Tavares
➔ Dentro do escuro mora um segredo – Alessandra Roscoe
➔ Roupa de Brincar – Eliandro Rocha, Elma Fonseca
➔ Ficar triste não é ruim – Michaelene Mundy
➔ O que acontece quando alguém morre? – Michaelene Mundy
➔ Menina Nina, duas razões para não chorar – Ziraldo
➔ Cadê meu avô? – Lídia Izecson de Carvalho
➔ Os amigos do Balacobaco – Silvia Camossa
➔ O coração e a garrafa – Oliver Jeffers
➔ Vó Nana – Margaret Wild e Ron Brooks
➔ Para onde vamos quando desaparecemos? – Isabel Minhós Martins, Madalena Matoso
➔ Harvey, como me tornei invisível (crianças maiores, 9 anos) – Luciano Vieira Machado
Ernesto – Blandina Franco
➔ Olavo – Odilon Moraes
➔ Mamãe zangada – Jutta Bauer
➔ Na Beiradinha – Agnès de Lestra de e Valeria Do campo
⇅ Referências ▼
➔ MOSÈ, V. A escola e os desafios contemporâneos. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2013.
➔ POSSEBON, Elisa Gonçalves. O Universo das emoções: uma introdução. João Pessoa: Libellus, 2017.
➔ Tibet House Brasil – Artigos
Informações complementares em:
➔ Aedes Aegypti – Combate ao Aedes Aegypti: Prevenção e controle da Dengue, Chikungunya E Zika
⇅ Ações/atividades ▼
➔ | Assistir vídeos para a sensibilização e informação sobre como a soltura de fogos de artifícios pode ser prejudicial para as pessoas com hipersensibilidade sensorial, entre elas os estudantes com Transtorno do Espectro Autista |
➔ | Elaboração de informativo virtual com dados sobre como o uso de fogos de artifício na comunidade pode ser prejudicial. Os informativos podem ser produzidos por meio de programas de áudio sobre a demanda – podcasts; programas em plataformas de compartilhamento de vídeos; Youtube; Vídeo; Instagram, dentre outras – QR Code sobre as consequências danosas às pessoas e ao ambiente |
➔ | Promover debates, rodas de conversas e incentivar produções de textos informativos, elaborar cartazes, acrósticos, gravar vídeos educativos, apresentações teatrais, multiplicando para toda a comunidade escolar e não escolar, informações que levem à conscientização da necessidade de combater os fogos de artifício em função dos seus estampidos |
➔ | Planejamento de festas com destaque para a realidade dos estudantes com TEA, com Hipersensibilidade Sensorial e com epilepsia, considerando os costumes (Festa Junina, Natal, eventos esportivos etc) e os seus espaços sociais de vivência |
➔ | Construção coletiva do mapa da escola, da residência ou de outros locais na comunidade, com destaque para os espaços passíveis de redução de ruídos que extrapolam o recomendado, conforme estudos sobre sons na urbanização das cidades |
➔ | Realização de oficinas de análise de tabelas e/ou gráficos acerca de dados sobre a variação dos sons produzidos na comunidade, em especial pelo uso de fogos de artifício nos últimos anos, no Distrito Federal, abordando noções básicas de estatística (coleta de dados, variáveis, construção de tabelas e gráficos, distribuição de frequências, médias, estatísticas) |
⇅ Vídeos ▼
⇅ Textos ▼
➔ Por que crianças autistas são sensíveis ao barulho dos fogos de artifício? – 31/12/2022 – UOL VivaBem
A EAPE, por meio do Projeto EAPE vai à escola, realizará oficinas de 3 horas que contarão com a parceria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT, Procuradoria Geral do DF e Polícia Civil do Distrito Federal- PCDF.
As oficinas poderão ser solicitadas, via processo SEI, por intermédio do Formulário EAPE vai às escolas e ocorrerão às terças-feiras, às quartas-feiras ou às quintas-feiras.
Temática |
Dança: práticas corporais para o bem-viver |
Ensino da ciência para vida |
Ensino de língua: comunicação para o bem-estar |
Autoconhecimento e autocuidado na prática |
Letramento científico na educação infantil |
Projetos de convivência escolar na perspectiva da cultura de paz |
Na Moral: um por todos e todos pelo bem comum |
Comunicação não violenta |
Trabalhando a autonomia de meninas e mulheres para o enfrentamento da violência |
Cultura como instrumento de ação antirracista |
Diversidade na educação: identidade sexual e de gênero na escola |
Maria da Penha vai à escola: fortalecendo a rede de proteção |
Violência no namoro: contribuições para relações saudáveis |
Violência e políticas públicas |
O brincar na educação inclusiva |
Comunicação e acessibilidade |
Preconceito e exclusão social |
Avaliação Gamificada |
Revista Concenso – Editora da revista Jovem |
LGPD |
Fotografia na Educação |
Moodle Básico |
Design Gráfico |
Podvoz |
Como produção material em mídias |
Comunicação Social |
Fogos de artifício: conscientização e ação |
Fogos de artifício e os impactos no meio ambiente |
Fogos de artifício: prevenção e cuidados |