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10/07/19 às 19h33 - Atualizado em 6/10/22 às 18h57

Parceria vai promover saúde nas escolas

Equipe médica levará tratamento odontológico e psicossocial para a rede pública de ensino

 

Guilherme Marinho, Ascom/SEEDF

Foto divulgação

A boa saúde, física e psíquica, é fundamental para que o processo de aprendizagem alcance os resultados esperados. Pensando nisso, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) e a Secretaria de Saúde (SES) vão implementar projetos que buscam oferecer uma vida mais saudável para estudantes e servidores da rede pública de ensino. A portaria que institui três ações será assinada e publicada em agosto, segundo previsão das duas pastas. Nesta quarta-feira (10/7), o titular da Educação, Rafael Parente, e os secretários adjuntos da SES, Sérgio Luiz da Costa e Renata Soares Rainha, se reuniram para firmar o acordo de parceria.

 

Entre as medidas a serem instituídas nas escolas do DF estão as Práticas Integrativas em Saúde (PIS). A iniciativa vai capacitar profissionais da educação, agregando estratégias de cuidado e atenção, com o objetivo de estabelecer recursos de prevenção de doenças, promoção da saúde e intervenção em situações de crise vivenciadas no ambiente escolar. Os profissionais de educação da rede serão treinados e certificados, por meio do Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE) e da Gerência de Práticas Integrativas em Saúde da SES, em atividades como terapia comunitária integrativa, automassagem, meditação, reiki, arteterapia, entre outros. A proposta é de que eles sejam multiplicadores dentro das instituições de ensino.

 

Atualmente, o projeto já acontece em oito escolas do Gama e na Coordenação Regional de Ensino (CRE) da cidade. A primeira a colocar a ação em prática foi o Centro Educacional Gesner Teixeira, em 2018. A coordenadora regional de ensino do Gama, Cássia Nunes, destaca os resultados obtidos. “Nos 24 estudantes que participaram das rodas de terapia comunitária no ano passado, notamos uma melhora significativa no desempenho escolar. Comportamentos autodestrutivos foram substituídos por atitudes mais saudáveis. Os adolescentes ficaram mais sociais e afetuosos. Eles, inclusive, se tornaram referência de apoio emocional para os colegas”, comemora.

 

Saúde bucal

 

Foto divulgação

O Projeto de Levantamento das Condições de Saúde Bucal no DF é outra medida que estará na portaria. A expectativa de início é em setembro. Uma equipe de 14 dentistas e técnicos da SES fará o mapeamento epidemiológico em 132 escolas – 33 de cada: creche, educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Cerca de 1.100 estudantes de quatro faixas etárias – de 18 a 36 meses, 5 anos, 12 anos e de 15 a 19 anos – vão participar. Os alunos selecionados receberão tratamento, uma cartilha explicativa, um kit com escova de dentes, pasta e fio dental, e serão acompanhados por profissionais da Saúde. Tanto as escolas quanto as crianças e os adolescentes serão escolhidos por meio de sorteio.

 

O secretário da SEEDF destaca que a iniciativa vai impactar de forma positiva no ambiente escolar. “A saúde bucal está totalmente relacionada com a saúde do corpo. Se o estudante não está bem, ele não consegue desenvolver de forma integral a aprendizagem. Os alunos dos anos iniciais que tiverem esse atendimento vão apresentar avanços significativos dentro da escola”, afirma Rafael Parente.

 

Também com foco na saúde da boca e dos dentes, será implementado, em três escolas da Estrutural, o projeto-piloto Affordable Health Initiative (Iniciativa de Saúde Acessível, em tradução livre). Uma equipe com seis dentistas ficará dois meses em cada uma das unidades para orientar e atender alunos. As crianças vão aprender a lavar as mãos, escovar os dentes, passar fio dental e participarão de práticas esportivas. Haverá, ainda, checagem do cartão de vacinas e tratamento odontológico contra cáries.

 

O gerente de odontologia da SES, Maurício Bartelle, conta que esse é o problema dentário mais prevalente no mundo. Cerca de 2,6 bilhões de pessoas têm cáries, segundo ele. Para o atendimento nas escolas, o dentista tranquiliza os pacientes: não será necessário o uso do terrível motorzinho. “Usaremos o tratamento restaurador atraumático, no qual, com instrumentais específicos, podemos tratar alguns casos de cáries. Em situações mais graves, encaminharemos o paciente para a UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima”, explica Maurício. O projeto deve começar em agosto e há expectativa de ampliação para o restante da rede até o fim de 2019.

 

As medidas fazem parte da bandeira Educação para a Paz, do plano estratégico Educa DF. A chefe da assessoria especial da SEEDF Janaína Almeida, esclarece que, inicialmente, o intuito é atender escolas com maiores índices de violência, em locais de vulnerabilidade social, com foco em estudantes com histórico de automutilação e tendências suicidas. “Essa parceria é um grande avanço para a rede distrital. São projetos pioneiros. Quando a gente traz essas práticas para dentro da escola, além de tratar o estudante que sofre com algumas situações, trabalharemos a prevenção com os outros. Também poderemos dar mais apoio aos profissionais da Educação, promovendo um ambiente mais saudável, onde a cultura de paz ganha espaço”, finaliza Janaína.

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