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26/07/19 às 17h54 - Atualizado em 6/10/22 às 18h57

Escritores da rede movimentam mercado literário no DF

Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF

 

Educação revela talentos na semana em que é comemorado Dia do Escritor

 

Ana Neila Torquato escreveu a obra “Meu quintal” que foi ilustrada por estudantes da SEEDF. Foto: Divulgação

No célebre “A descoberta do mundo”, a escritora Clarice Lispector, tenta desvendar o caminho que a levou à escrita. “Era preciso tentar escrever sempre, não esperar um momento melhor porque este simplesmente não vinha. Escrever sempre me foi difícil, embora tivesse partido do que se chama vocação. Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir”.

 

Para Simão de Miranda, professor e diretor pedagógico da Subsecretaria de formação continuada dos profissionais da educação (Eape), a escrita tomou forma a partir da escola. “Em uma escola pública, a professora de língua portuguesa promovia concursos literários no ensino fundamental. Além disso, por meio do mimeógrafo distribuía obras artesanais”, relembra o escritor.

 

Em seu primeiro ano como professor na Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Simão publicou a primeira obra. Seu mais recente trabalho foi lançado na Feira do Livro de Brasília. A história intitulada “Zé Perequeté do Ó do Borogodó”, cuja recepção tem sido surpreendente, narra a saga de um nordestino e discute temas como dignidade humana, inclusão, diversidade e, sobretudo, relacionamentos.

 

O escritor que tem como autores favoritos Drummond, Fernando Sabino, Monteiro Lobato, entre outros, defende a leitura como prática importante para o surgimento da nova geração de escritores. “O bom escritor não tem como não ser um bom leitor”, defende.

 

A pedagoga Ana Neila Torquato, que trabalha na Diretoria de Educação Infantil, já tem seis livros publicados, desde 2016. Além desses, há dois no prelo para publicação e um terceiro ilustrado por crianças da Secretaria de Educação. Sua obra “Meu quintal” também teve a ajuda dos pequeninos da rede pública de ensino do DF, que ilustraram a obra, em 2017. O livro é fruto do trabalho realizado durante a V Plenarinha da Educação Infantil – A criança na natureza: por um crescimento sustentável.

 

Pioneira em inclusão

A professora Regina Melo: “a Secretaria de educação é um celeiro de excelentes escritores”. Foto: Divulgação

Segundo a professora mineira Regina Melo, que lecionou por 30 anos na rede pública de ensino do DF e atuou em Sobradinho e no Plano Piloto, a escrita tomou forma a partir da sala de aula. Fã de autores como Cecília Meirelles, Mário Quintana e Monteiro Lobato, a escritora lançou há 30 anos o livro “Uma joaninha diferente”, que já abordava o tema da inclusão. Sua trajetória na SEEDF foi enriquecida pela experiência na educação especial. “Incomodava-me a maneira como estigmatizavam alguns estudantes. Por isso escrevi a obra”, explica.

 

Neste ano, em parceria com Antônio Fávero, lançou a obra “O menino que descobriu o Lago Paranoá”. “Nossa intenção foi resgatar a formação do Lago Paranoá e despertar um senso de pertencimento, uma vez que, quanto mais conhecemos o nosso lugar, mais a gente ama e cuida dele”, esclarece a escritora.

 

“O professor é um leitor voraz. Com meu primeiro salário, comprei meu primeiro livro, uma obra de Drummond. Acredito que o princípio da autoria é a leitura, mas por meio de demandas cotidianas como a necessidade de um texto para uma turma específica, os professores começam timidamente a escrever”, relata Regina.

 

Acesse a obra Meu quintal, da pedagoga Ana Neila Torquato

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