O Projeto Jovens Líderes será implantado, inicialmente, no CEM 417 de Santa Maria e deve ser expandido para toda rede
Tainá Morais, Ascom/SEEDF
A Secretaria de Educação do Distrito Federal vai lançar mais uma ação do Plano de Urgência pela Paz nas Escolas. Dessa vez, quem ganha o protagonismo são os estudantes do Ensino Médio matriculados em escolas públicas do DF. No Projeto Jovens Líderes, dois estudantes voluntários serão eleitos pelos colegas para uma imersão de cinco atividades que serão realizadas por eles dentro da Unidade Escolar.
O intuito é fomentar na juventude a vontade de resolver desafios públicos. Entre as ações programadas estão: a apresentação sobre o Caderno de Convivência Escolar, busca escolar ativa, semana da saúde mental, clubes de interesse e mural de oportunidades.
Durante uma votação realizada pelas comissões das Coordenações Regionais de Ensino, a primeira escola indicada para receber a implementação do projeto foi o Centro de Ensino Médio 417, localizado em Santa Maria. De acordo com o presidente da comissão do Plano de Urgência, Tony Marcelo, a instituição foi indicada pelas coordenadoras regionais Michele Miranda e Claudete que justificaram a disposição e necessidade da escola.
Para Tony, a iniciativa será de extrema relevância para a Educação. “Essa parceria é muito importante para a Secretaria e, principalmente, para o Plano de Urgência pela Paz nas Escolas. O projeto Jovens Líderes vai atender uma escola necessitada que visa dar protagonismo ao estudante e mexer com pertencimento e elevação da autoestima de cada um deles”, destaca. A intenção é que o projeto seja implantado em todas as escolas do Distrito Federal até o final deste ano.
Na semana da saúde mental, por exemplo, haverá palestras com psicólogos e orientadores educacionais, produção de cartazes feitos pelos alunos sobre a importância do esporte para a mente, divulgação de mensagens incentivadoras para que os estudantes procurarem ajuda quando necessário, e, por fim, a entrega de materiais do Programa de Saúde Escolar (PSE).
Formação
Os voluntários escolhidos participarão de uma formação durante dois finais de semana. No online, serão duas horas de reunião, e no presencial, fase realizada na própria unidade escolar, os encontros terão três horas de duração. Após as orientações, os voluntários deverão responder um quiz para garantir que o estudante ouviu as regras e direcionamentos atentamente. Caso não pontue 60%, o aluno deverá assistir à gravação da formação novamente.
No fim do ano letivo, cada um dos eleitos receberá uma medalha de mérito, certificado com tempo de dedicação e comprovação do exercício da posição de liderança, formação com palestras de jovens inspiradores, materiais sobre formação de lideranças, experiência no currículo e também poderão se conectar com jovens de outras Unidades Escolares para networking.
Pesquisa
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), uma a cada quatro crianças tiveram sinais de depressão e/ou ansiedade durante a pandemia. Então, além de ampliar as oportunidades extracurriculares oferecidas para os jovens da rede pública do DF, o projeto trabalha a saúde mental dos alunos que necessitem de atendimento.
Em setembro de 2020, o Datafolha identificou que 54% dos estudantes brasileiros estavam desmotivados para estudar. “Um dos nossos objetivos com o Jovens Líderes é poder incentivar os nossos alunos a terem disponibilidade e disposição para irem à escola, pois quando damos uma responsabilidade para eles, a tendência é que se dediquem e se sintam importantes para a comunidade escolar”, destaca Tony Marcelo, presidente do Plano de Urgência.
O Jovens Líderes é uma idealização do pesquisador brasiliense conhecido como Eduardo Vasconcelos. O cientista de apenas 19 anos, é estudante de Harvard e foi fundador do Torneio Brasileiro de Debates do Ensino Médio, fundador do Projeto Feynman (iniciativa para alunos com transtornos funcionais) e trabalhou na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, em 2021.
Plano de Urgência pela Paz nas Escolas
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De imediato, o pacote de iniciativas foi levado a 126 escolas nas quais foi detectado o maior número de casos de brigas e agressões entre os alunos. Além das secretarias de Educação, que coordena a comissão, e da de Segurança Pública, o grupo é composto pelas pastas da Saúde, Esportes, Juventude e Justiça.