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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
28/02/19 às 11h33 - Atualizado em 6/10/22 às 18h58

Entrevista: Humberto José Lopes – CRE de Brazlândia

Da Agência Brasília

 

Novo coordenador da Regional de Ensino de Brazlândia vai trabalhar para garantir um melhor desempenho dos alunos, incentivando programas de capacitação e reciclagem de professores

 

Humberto José Lopes é o novo coordenador da Regional de Ensino de Brazlândia. Professor concursado da Secretaria de Educação desde a década de 1990, ele conhece a complexidade do ensino público do Distrito Federal. Já lecionou para as séries iniciais, finais e ensino médio. Também já foi diretor do Centro de Ensino Fundamental 01 naquela regional, na mesma época em que cursou uma pós-graduação em administração escolar. “Quero sempre fazer o melhor, aperfeiçoar aquilo que tenho visto e vivido na prática ao longo dos anos”, resume. Em entrevista à Agência Brasília, Humberto Lopes conta um pouco sobre sua trajetória na vida acadêmica e diz que vai trabalhar para motivar professores e os 18 mil alunos da rede pública na cidade. O professor reforça que sua gestão vai focar na melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

 

Foto: Agência Brasília

Como foi seu ingresso na Secretaria de Educação?

 

Entrei na Secretaria de Educação por meio de concurso público. Primeiro, atuei como professor de educação básica nas séries iniciais do ensino fundamental. Depois, ministrei aulas de geografia, história, educação me cívica e de organização social e política brasileira. Tive turmas da primeira série até o ensino médio. Ainda na década de 1990, fui convidado para assumir a direção do Centro de Ensino Fundamental 01 de Brazlândia. Lá, optei por cursar uma especialização em administração escolar. Depois, em 1999, assumi o cargo de assessor administrativo da Diretoria Regional de Ensino de Brazlândia. No ano seguinte, fui indicado para ser o diretor da regional e fiquei lá até 2010, quando retornei para as salas de aula na Escola Classe Incra 06, uma escola do campo. Foi uma experiência muito legal. Fiquei no Incra até 2018 e lá desempenhei, além da regência de classe da educação infantil ao quarto ano do ensino fundamental, a função de coordenador pedagógico.

 

Ao retornar à coordenação regional, quais são suas expectativas?

 

Senti necessidade de contribuir mais. Aprendi muito ao longo dos anos, acumulei experiências tanto na regional quanto nas escolas urbanas e também no Incra. Então, nesse ano, resolvi participar do processo seletivo para indicação dos novos coordenadores regionais de ensino. Passei por todas as etapas: lista tríplice de indicação pelos gestores educacionais onde fui o primeiro colocado, apresentação de currículo, avaliação de aspectos comportamentais, pessoais e profissionais, além da apresentação de proposta de plano de gestão.

 

Para elaborar essas propostas, o senhor traçou um diagnóstico da situação real das escolas em Brazlândia. O que precisa ser feito para melhorar o desempenho dos alunos?

 

Precisamos atuar fortemente em pelo menos quatro grandes problemas: aumentar a nota do Ideb, ampliar a oferta da educação integral, reduzir a evasão e reduzir a retenção escolar. Para isso, pretendemos oferecer cursos de aperfeiçoamento e reciclagem para professores, utilizando recursos tecnológicos e metodologias mais modernas. Queremos incentivar também a capacitação os docentes para oferta de aulas lúdicas, que explorem mais os métodos científicos de investigação. Vamos melhorar a infraestrutura das unidades, construindo e reformando espaços como refeitórios, salas de aula, bibliotecas e laboratórios de ciências e de informática. Queremos também promover encontros para troca de experiências entre os docentes das nossas 32 escolas, porque nosso objetivo é comum. Precisamos melhorar o desempenho dos alunos, diminuir a evasão escolar, principalmente na área rural, e melhorar a defasagem idade/série em curso.

 

Como foi o desempenho das escolas da regional no Ideb?

 

A média do Ideb em 2017 para todo o DF foi 6. Aqui, nossas escolas alcançaram a nota média de 4.98. Tivemos algumas escolas com a média melhor, como o CEF 2, que registrou 5.9. Mas precisamos melhorar muito e, para isso, vamos fortalecer as coordenações pedagógicas, estimulando atividades que mirem no processo de aprendizagem dos alunos. Queremos incentivar também a participação dos discentes nas avaliações de larga escala e reforçar em todas as séries atividades interdisciplinares, principalmente as voltadas para matemática e português.

 

Qual a principal meta da atual gestão da regional?

 

Temos mais de 18 mil estudantes distribuídos em 32 escolas públicas da rede e mais cinco parceiras, totalizando 37 instituições. E a meta para todas é focar no Ideb, já que neste ano faremos uma nova avaliação. Apesar de não termos uma boa média ainda, temos acompanhado um acesso crescente dos nossos alunos aos cursos superiores das universidades federais e particulares. Isso é prova de que estamos no caminho certo. Se observarmos também as séries iniciais, o ensino fundamental, temos tido uma melhora expressiva. Vamos centrar nossos esforços nos anos finais e no ensino médio, porque é nesse segmento que temos pouca evolução no desempenho.

 

 

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