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1/09/23 às 10h52 - Atualizado em 1/09/23 às 10h52

Rede pública de ensino conta com 1,9 mil professores de educação física

Profissão é essencial para promoção de saúde e práticas desportivas na rotina dos estudantes

Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Igor Silveira

 

Nesta sexta-feira (1º), é celebrado o Dia do Profissional de Educação Física. A profissão foi regulamentada há 25 anos, por meio da lei federal nº 9.696/1998, e tem como foco promover a saúde e aumentar a qualidade de vida da população. O Distrito Federal reúne mais de 19 mil profissionais do ramo. Desse total, pelo menos 14 mil se encontram na ativa, distribuídos em estabelecimentos públicos e particulares.

 

Trabalho dos profissionais de educação física ajuda na manutenção da saúde física e psíquica das pessoas | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

 

Os profissionais estão presentes em academias, em dinâmicas laborais e também em salas de aula. A rede de ensino pública do DF conta com 1.914 professores de educação física. “Atuamos em todas as fases na vida de um indivíduo: desde a gestação até a terceira idade. A profissão é essencial para a manutenção da saúde, porque manter um corpo ativo é manter um corpo mais saudável, não só fisicamente, mas também psiquicamente”, avalia a presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região (CREF7/DF), Nicole Azevedo.

 

O secretário de Esporte e Lazer, Julio Cesar Ribeiro, afirma que o Governo do Distrito Federal (GDF) tem dedicado esforços significativos a incentivar e valorizar o trabalho dos profissionais de educação física. “Dentre as principais iniciativas, destaca-se o trabalho de qualidade que vem sendo desenvolvido nos espaços esportivos, como os centros olímpicos e paralímpicos, a Escola de Esporte, e na própria rede pública de ensino. Sem dúvida, esses profissionais também têm desempenhado um papel fundamental na identificação e desenvolvimento de jovens talentos esportivos”, avalia. “A atuação desses profissionais vai muito além da esfera esportiva, alcançando a esfera da saúde pública e da promoção do bem-estar, desempenhando um papel importante na construção de uma sociedade mais saudável e consciente.”

 

Grandes histórias

 

O professor de educação física Claudio Henrique Carvalho, 49 anos, começou a trabalhar na rede pública de ensino em 1994, em contratos temporários. Cinco anos depois, entrou como efetivo e, desde então, não parou de formar esportistas. Atualmente, ele está à frente do Centro de Iniciação Desportiva (CID) de Samambaia Sul, com sede no Caic Ayrton Senna, e leciona para mais de 100 alunos.

 

Antes de entrar em quadra como docente, ele foi aluno de um CID e fez sucesso como atleta – ganhou o campeonato universitário duas vezes, entre outras competições. Mas, diante de lesões corporais, decidiu tornar-se treinador. “Vi como uma forma de continuar contribuindo com o esporte. Me sinto realizado, hoje trabalho com o que eu gosto, com o esporte que eu amo. A educação física me deu tudo”, conta.

 

Os profissionais estão presentes em academias, em dinâmicas laborais e também em salas de aula

 

Neste ano, o time de atletas com menos de 16 anos conduzido por Cláudio conquistou o primeiro lugar no Campeonato Brasiliense de Handebol 2023. Por conta disso, ele foi convidado pela Federação de Handebol do DF a assumir a seleção brasiliense de cadete masculino, equipe que participou do Campeonato Brasileiro de Seleções em Campo Bom (RS) em agosto. Para ele, a trajetória só foi possível graças à educação física. “O esporte ensina a ter disciplina, a socializar, mostra que a vida é feita de vitórias e derrotas. Se eu estudei e hoje sou professor, foi tudo por meio do esporte e da escola”, ressalta.

 

O CID é um projeto que trabalha com crianças da rede pública, com o objetivo de inseri-las nos esportes, não só como uma forma lazer, mas oferecendo uma oportunidade de carreira profissional. Os polos do projeto estão localizados nas 14 coordenações regionais de ensino, e as inscrições são feitas diretamente com os professores.

 

Outro grande nome da docência na educação física na capital federal é Valdeci Morais Santos, 55 anos, responsável pelo CID de Ceilândia. Ele, que já foi aluno do programa, ensina a prática desportiva para mais de 100 jovens com idade entre 10 e 18 anos. As aulas ocorrem às segundas, quartas e sextas, das 8h às 11h e das 14h às 18h. Para participar, basta ser estudante da rede pública e comparecer ao Ginásio da Guariroba, próximo à estação de metrô de mesmo nome, com as roupas adequadas nos horários de aula. As atividades também ocorrem no Centro Educacional 6 de Ceilândia e na quadra da QNP 14.

 

Com mais de três décadas de carreira, Valdeci soma conquistas com os atletas da rede pública de ensino: foi 30 vezes campeão dos jogos escolares e três vezes campeão dos Jogos da Juventude – inclusive, está se preparando para participar do torneio deste ano. Valdeci viajará, no dia 10 deste mês, com 11 estudantes de escolas públicas, integrantes da seleção de handebol do DF na faixa de 15 a 17 anos, para Ribeirão Preto (SP).

 

“Participei do projeto CID como aluno e, quando terminei o ensino médio, pensei que deveria fazer o curso de educação física”, relembra Valdeci. “O esporte, além de socializar, direciona os meninos para uma profissão. O profissional de educação física é essencial para a formação dos jovens. Temos um papel de disciplina, influência, cobrança… Nossa função realmente é de transformação.”

 

Inspirado em Valdeci, o estudante de educação física Warley de Souza Soares, 24 anos, já se imagina trabalhando em quadras poliesportivas. Ele foi aluno do CID de handebol de Ceilândia dos 8 aos 17 anos e, por meio do esporte, conseguiu uma bolsa integral em uma faculdade particular. “Toda a minha educação acadêmica, foi o handebol que meu deu. Minha primeira viagem à praia, também”, conta.

 

Warley participou de competições regionais e estaduais, sempre com o apoio de Valdeci. Atualmente, ele acompanha as aulas do professor como voluntário, com o intuito de somar experiência no currículo e aprender, cada vez mais, a lecionar para crianças e adolescentes. “Para mim vale muito a pena, porque estou trabalhando com um professor que é referência nacional, do Centro-Oeste principalmente, e por estar com os meninos, porque um dia eu fui um deles, um menino aprendendo a jogar handebol”, ressalta.

 

Um desses meninos é o estudante Gabriel Rodrigues Soares, 17 anos. Estudante do CED 6 de Ceilândia, ele pratica o esporte desde os 8. “Depois que comecei, não parei mais. O que me prende é a vontade de ficar melhor e o professor, que é como um segundo pai para mim. Se a gente for mal na escola, ele até chama a atenção”, brinca. Agora, Gabriel se prepara para participar dos Jogos da Juventude 2023, na função de goleiro. A expectativa é voltar para casa com o troféu de primeiro lugar.

 

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