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24/06/22 às 13h07 - Atualizado em 6/10/22 às 18h46

EAPE vai à escola

Professores, gestores e servidores da rede pública do DF participam de ações formativas nas próprias escolas

Jacqueline Pontevedra

 

Se o professor não pode ir à EAPE, a EAPE vai até o professor. Com o objetivo de ampliar o diálogo pedagógico e de realizar uma estratégia diferenciada de formação continuada, os profissionais da educação podem participar do Projeto EAPE vai à Escola.

 

De forma sistematizada, a ação teve início em 2021 e surgiu a partir das necessidades identificadas por diferentes professores e gestores escolares que solicitavam a presença dos formadores da EAPE nas escolas para a realização de palestras e oficinas. “O projeto permite que o servidor participe da formação continuada, pois, nem sempre, o profissional consegue se deslocar até a EAPE para realizar os cursos”, esclareceu a assessora da Diretoria de Organização do Trabalho Pedagógico e Pesquisa, Luciana Ribeiro.

 

Na prática, as ações de formação continuada do Projeto EAPE vai à Escola são direcionadas aos servidores das Carreiras Assistência à Educação e Magistério Público e são realizadas por meio de duas estratégias:

Oficinas de 30h ministradas por formadores da EAPE, na modalidade EAD ou presencial, com três encontros (9 horas on-line e/ou presencial) e 21 horas indiretas, sempre às terças e quintas-feiras. As temáticas trabalhadas atendem às solicitações dos responsáveis pelas unidades escolares e os participantes das oficinas recebem certificação.

Salas de Coordenação, que consistem em ações formativas com 3 horas de duração e envolvem temáticas variadas para debater e promover reflexão sobre a organização do trabalho pedagógico. Os encontros ocorrem às quartas-feiras, de forma presencial ou síncrona (por meio do Canal EAPE no YouTube e/ou via plataformas Google Meet, Microsoft Teams ou Zoom.

 

Essas duas estratégias apresentam diferenças: a sala de coordenação é um bate-papo, uma reflexão, uma conversa ou uma atividade específica sobre algum tema entre o formador da EAPE e os profissionais da educação que estão na escola. Já as oficinas têm por objetivo de levar algo prático a partir de alguma questão apresentada, como, por exemplo, a produção de material didático. Dessa forma, são trabalhados temas práticos para a resolução das questões que os profissionais vivenciam”, explicou a assessora Luciana.

 

As demandas encaminhadas à EAPE envolvem diferentes temas como adequação curricular, qualidade de vida no trabalho, diversidade, avaliação, currículo, gestão escolar, entre outros. Na Escola Classe 604 de Samambaia, estudam 1.200 estudantes e o retorno presencial trouxe uma demanda específica para os professores. De acordo com os gestores da unidade, os alunos estão mais agitados, ansiosos e muitos deles apresentando dificuldades de aprendizagem.

 

EAPE vai à escola: Nem sempre o profissional consegue se deslocar até a EAPE para realizar os cursos | Foto: Daniel Fama, GITEAD/EAPE

 

A partir desse contexto, o grupo de profissionais solicitou a realização de uma Sala de Coordenação no formato presencial. A atividade vivencial intitulada Jogos e Brincadeiras foi ministrada pelos formadores da Gerência de Pesquisa e Formação Continuada para Etapas da Educação Básica/EAPE, José Montanha e Júlio César Cabral. Ao todo, até o momento, 1.025 professores participaram das atividades que ocorreram desde o início do mês de fevereiro deste ano.

 

Nossos professores receberam formação no próprio local de trabalho e isso facilita muito nossa vida. Além disso, tivemos um feedback interessante: o corpo docente considerou a formação excelente e já utiliza as técnicas e as dinâmicas com as crianças durante o período do intervalo. Com certeza, queremos repetir a experiência e sugerimos que outras escolas também solicitem e participem do projeto”, destacou a supervisora pedagógica da escola, Teresinha Dantas.

 

De acordo com o professor José Montanha, 100 escolas solicitaram a oficina que envolve a realização de variados jogos e brincadeiras populares como, por exemplo, pique-pega, brincadeiras cantadas, brincadeiras com corda, bola, balões e garrafinhas. Até o momento, 46 escolas já foram atendidas. “Trata-se de um trabalho vivencial e o efeito positivo surge quando o professor realiza, na prática, o ato pedagógico. Ele vai brincar, jogar, construir regras, ressignificar os jogos e as relações, pois nessas atividades estão inseridos os conflitos, as tensões, a afetividade e tudo isso, do nosso ponto de vista, é muito importante no processo de formação humana. E é justamente pelo diálogo estabelecido com os professores que ocorre uma troca importante”, explicou o formador.

 

A vice-diretora da Escola Classe 34 de Ceilândia, Ildeneide Silva, fez uma avaliação positiva da atividade vivencial Jogos e Brincadeiras. “Desde 2021, nós participamos do Projeto EAPE vai à Escola e essa ação tem aprimorado muito o trabalho pedagógico dos 65 professores”, diz. “Atendemos 800 estudantes e a presença dos profissionais da EAPE na própria escola facilitou muito a formação. É uma parceria relevante, pois nas áreas que identificamos mais dificuldades têm sido atendidas. Por exemplo, solicitamos a oficina do formador José Montanha, pois precisamos aprender atividades físicas específicas que auxiliem o desenvolvimento motor das crianças”, explicou a vice-diretora.

 

Nas oficinas, os professores brincam, jogam, constroem regras e ressignificam os jogos e as relações ao inserirem conflitos e as tensões nas atividades | Foto: Daniel Fama, GITEAD/EAPE

 

A formadora da Gerência de Pesquisa, Avaliação e Formação Continuada para Gestão, Carreira Assistência, Orientação Educacional e Eixos Transversais/EAPE, Renata Nogueira da Silva, também participa do projeto com a realização da oficina Educação Antirracista e Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros e com ações específicas na Sala de Coordenação. De acordo com Renata, o movimento da oficina é pensar o racismo numa perspectiva global em termos de sociedade brasileira; num segundo momento, são apresentadas estratégias de superação do racismo e, por fim, são elaboradas ações práticas para a realidade da escola.

 

O Projeto EAPE vai à Escola é uma ação pedagógica muito importante no sentido de descentralizar as ações de formação e de permitir que um grupo de professoras e professores pensem a escola a partir de uma formação coletiva. Ou seja, a formação é pensada, projetada e ministrada especificamente para o corpo docente de uma unidade escolar”, concluiu Renata.

 

Após os encontros com a formadora Renata, ações pedagógicas interventivas são elaboradas para a escola e elas contribuem com a implementação da Lei nº 10.639/2003 e da Lei nº 11.645/2008 – que incluem no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da temática História e Cultura afro-brasileira e indígena. De forma direta, a formadora já atendeu 120 professores e, de forma indireta, 3.000 docentes.

 

Com a realização do Projeto EAPE vai à Escola, o aprendizado e a troca de experiência podem aprimorar os momentos destinados às atividades pedagógicas, pois, além de elaborarmos cursos a partir das políticas públicas implementadas na rede, as diferentes necessidades e os variados contextos são considerados para a realização de uma formação continuada no ambiente escolar. Por tudo isso, precisamos fortalecer ainda mais uma rede de formação”, explicou a Subsecretária de Formação Continuada dos Profissionais da Educação, Maria das Graças de Paula Machado.

 

Graça também destacou que há profissionais que procuram cursos rápidos em outras instituições apenas para garantir o certificado para a progressão vertical na carreira e essas formações nem sempre atendem as necessidades identificadas pelos responsáveis das escolas. “Nesse sentido, o Projeto EAPE vai à Escola pode oferecer uma formação de curta duração, adequada às necessidades didáticas e que oferece certificação”, concluiu a subsecretária.

 

O projeto EAPE vai à Escola é uma iniciativa da Diretoria de Organização do Trabalho Pedagógico e Pesquisa (DIOP) e está de acordo com a Portaria nº 55, de 24 de janeiro de 2022, que prevê que os professores e servidores da rede pública de ensino do Distrito Federal realizem formação continuada durante o período de coordenação ou horário de trabalho.

 

De acordo com a Subsecretária Maria das Graças de Paula Machado, outra ação também integra o Projeto EAPE vai à Escola. No início de cada semestre letivo, os formadores das diferentes gerências da EAPE também realizam visitas às coordenações regionais de ensino e a algumas unidades escolares. “Durante a semana pedagógica, realizada em fevereiro deste ano, uma formadora da EAPE foi à nossa escola para apresentar a formação continuada e, dos 60 professores da escola, 20 fizeram a inscrição para cursos ministrados neste semestre. Então, a divulgação e a presença do formador da EAPE nas unidades escolares é uma ação importante e os cursos são excelentes, pois os formadores têm consciência da missão que é multiplicar o conhecimento”, destacou o professor de Filosofia e supervisor pedagógico do Centro de Ensino Médio Setor Leste, Francisco Sernégio dos Santos.

 

Informações para agendamento

 

Os responsáveis pelas escolas que desejam receber as oficinas ou as salas de coordenação do Projeto EAPE vai à Escola devem fazer as inscrições via Sistema Eletrônico de Informações – SEI, com um prazo mínimo de vinte dias de antecedência.

 

Os interessados devem ficar atentos a algumas questões importantes. É requisito básico que haja, no mínimo, dez cursistas por turma e a solicitação deve conter: temática, data/turno, lista dos participantes (nome completo sem abreviação, CPF, matrícula, e-mail, telefone), nome e contato do responsável pelo processo.

 

Ao final da formação, é fundamental que os cursistas realizem uma avaliação da ação formativa por meio de link encaminhado. Para esclarecer dúvidas e obter outras informações sobre o projeto, basta ligar para o telefone (61) 99876-3724 ou enviar uma mensagem para o e-mail: eapevaiaescola@edu.se.df.gov.br.

 

Todas as informações sobre como realizar as inscrições foram enviadas às coordenações regionais de ensino e às unidades escolares por meio da Circular nº 53/2022 – SEE/EAPE, de 1º de junho de 2022.

 

Para orientar os professores, dois catálogos/folders sobre as oficinas e as salas de coordenação foram especialmente produzidos e já foram encaminhados para as escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal por meio de circular e Whatsapp – aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones.

 

EAPE vai à Escola em 2022

 

Conforme divulgado na Circular nº 53/2022, no período de 15 de fevereiro a 17 de maio de 2022, 4.826 profissionais da educação de 77 unidades escolares foram atendidos nas salas de coordenação, que ocorre sempre às quartas-feiras. Até o momento, 62 temas foram propostos. Há 42 formadores envolvidos no projeto.

 

Até o mês de maio, 154 profissionais foram atendidos nas 6 oficinas realizadas em diferentes escolas, sempre às terças e quintas-feiras. De acordo com o último levantamento, até o final do mês de maio, mais de 28 temas foram discutidos nas oficinas nas escolas.

 

Breve histórico do projeto

 

A live de abertura do Projeto EAPE vai à Escola ocorreu ao vivo, às 9h, do dia 22 de setembro de 2021, no Canal da EAPE no YouTube. A Secretária de  Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, participou desse evento que ocorreu no formato on-line.

 

Nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021, três diferentes temas nortearam a realização de três lives para o projeto. A veiculação ocorreu no Canal da EAPE e a apresentação contabilizou mais de 2.200 visualizações.

 

Quase três mil professores participaram de oito salas de coordenação, que foram ministradas em diferentes turnos. O catálogo de oferta da EAPE contava também com 17 oficinas, dentre as quais seis foram realizadas com a participação de 360 professores.

 

Cabe destacar que os formadores da Subsecretaria fazem proposição de temáticas para o Projeto EAPE vai à Escola a partir dos ciclos e percursos formativos nos quais eles atuam, mas o projeto acolhe também as demandas enviadas pelos gestores das escolas.

 

Podcast Informativo EAPE

 

O Projeto EAPE vai à Escola também foi o tema da nona edição do podcast Informativo EAPE – esse trabalho apresenta reportagens, de até cinco minutos, que são compartilhadas nas principais plataformas de streaming e pelo Whatsapp.

 

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