Governo do Distrito Federal
Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
31/05/22 às 12h40 - Atualizado em 6/10/22 às 18h46

Formação continuada em formato híbrido

A formação continuada dos profissionais da SEEDF segue o modelo híbrido – considerado uma das maiores tendências da educação

Jacqueline Pontevedra

 

O ensino híbrido, ou blended learning, é uma das maiores tendências da educação do século XXI. Essa metodologia de aprendizagem combina o ensino presencial e propostas de ensino on-line, ou seja, integra as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) à educação. Nesse cenário conectado, a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais de Educação (EAPE) já oferece ações de formação nesse formato.

 

Encontro on-line do curso Gerenciamento de Ambientes de Aprendizagem Virtual (formador Tadeu Maia) | Daniel Fama, EAPE/GITEAD

 

Só no primeiro semestre deste ano, de acordo com o técnico de gestão educacional que atua no Setor de Inscrições da EAPE, Danilo Simões, há 101 cursos de formação em andamento e seis finalizados. Desse total, 80% ocorrem no formato híbrido, 10% são totalmente à distância e 10% acontecem apenas no formato presencial. Ao todo, há 96 formadores para atender 4.969 profissionais da educação (das carreiras Magistério e Assistência à Educação) que estão inscritos nos cursos, mas esse número pode sofrer alterações, pois novas formações também são ofertadas ao longo do semestre.

 

A escolha pela utilização do formato híbrido também ocorreu para atender às necessidades dos cursistas, pois muitos trabalham longe da EAPE e isso ocasionava evasão. Além da economia de tempo, há redução de gastos para os profissionais, pois não há despesas com transporte durante toda a formação, apenas nos encontros presenciais. E nesses momentos, há também uma rica troca de experiências”, explicou a Subsecretária de Formação Continuada dos Profissionais da Educação, Maria das Graças de Paula Machado.

 

As aulas on-line e as soluções tecnológicas ajudam a diminuir gastos com profissionais, pois não é necessário ter vários formadores para ministrar aulas, e também permitem a redução de custos operacionais por parte do Estado. Do ponto de vista pedagógico, o cursista tem a possibilidade de realizar sua autoaprendizagem e o professor formador será o mediador desse processo de ensino e aprendizagem”, explicou o responsável pela Gerência de Inovação, Tecnologia e Educação à Distância, João Rocha.

 

Quem também enfatiza a importância do formato híbrido é o professor de Filosofia e supervisor pedagógico do Centro de Ensino Médio Setor Leste, Francisco Sernégio dos Santos. Neste semestre, ele participa do curso Gerenciamento de Ambientes de Aprendizagem Virtual AVA – Moodle, de 90h, ministrado pelo formador Tadeu Maia. Ele escolheu fazer essa formação para aprender e aperfeiçoar a utilização da plataforma e também para elaborar outras estratégias para que o conhecimento possa ser utilizado em outros projetos na escola.

 

Supervisor pedagógico do Centro de Ensino Médio Setor Leste, Francisco Sernégio dos Santos | Daniel Fama, EAPE/GITEAD

 

Para ele, o formato híbrido é adequado à realidade e os encontros presenciais imprimem outro significado. “Estar presente na EAPE é um momento para sanar as dúvidas, para compartilhar experiências e isso nos dá mais segurança para replicar o conhecimento aprendido. Além disso, é maravilhoso estar aqui, pois o espaço físico é muito bem cuidado e organizado, as salas de aula são bem estruturadas e os formadores têm consciência da grande missão que é multiplicar o conhecimento. É estratégico realizar cursos da EAPE, pois as formações também nos ajudam na progressão funcional”, destacou.

 

O formador Tadeu Maia atua na Gerência de Inovação, Tecnologia e Educação à Distância. Ele também reconhece a necessidade do ensino híbrido e destaca o papel dos encontros presenciais. “Durante as aulas aqui na EAPE, a formação fica mais dinâmica, pois a interação é mais rápida e conseguimos fazer uma avaliação de como os cursistas estão caminhando, ou seja, temos um feedback imediato, podemos fazer um acompanhamento pedagógico mais próximo”, finalizou.

 

Encontro presencial com o formador da EAPE Tadeu Maia | Daniel Fama, EAPE/GITEAD

 

Para realizar o curso Cinema em Debate na Educação, os formadores João Rafael e Leonardo Benatar reconhecem a dinâmica proporcionada pelo ensino híbrido. “De forma on-line, na plataforma Moodle, disponibilizamos o material teórico do curso e os links para os cursistas assistirem aos filmes sugeridos. Depois fazemos uma apreciação fílmica, analisamos as diferentes linguagens para termos uma visão mais abrangente da obra cinematográfica e realizamos discussões nos fóruns. Já nos encontros presenciais, realizamos oficinas práticas para que os cursistas tenham experiências audiovisuais: realizamos a captação de imagens e sons, ensinamos a montar, a regular dispositivos que possam refinar a produção e ainda apresentamos outros recursos de linguagem como diálogos e entrevistas. Dessa forma, eles poderão replicar esse aprendizado com os estudantes em sala de aula”, explicou Benatar.

 

Encontro Presencial do curso Cinema em Debate na Educação com os formadores Leonardo Benatar e João Rafael | Daniel Fama, EAPE/GITEAD

 

Neste semestre, o professor de Língua Francesa do Centro Interescolar de Línguas de Brasília é um dos 50 cursistas que participam do curso Cinema em Debate na Educação. “A proposta está sendo cumprida, ampliamos nosso repertório, nossa compreensão sobre a linguagem cinematográfica e os professores formadores são muito capacitados. Conseguimos compreender diferentes elementos de forma crítica. E é ótimo ter um momento presencial. Dessa forma, a gente consegue encontrar os colegas e aprendemos as técnicas na prática. É muito proveitoso!” Após a finalização do curso, ele pretende elaborar um projeto que envolva o audiovisual para o ensino da língua estrangeira.

 

Encontro síncrono do curso Cinema em Debate na Educação | Daniel Fama, EAPE/GITEAD

 

O responsável pela Diretoria de Organização do Trabalho Pedagógico e Pesquisa, Orlando Cerqueira, pontuou outro aspecto necessário. “A questão da pandemia da Covid-19 também nos fez rever o formato dos cursos. E hoje, após analisarmos os resultados alcançados, consideramos que o ensino híbrido é a nova forma de realizar a formação continuada. Trata-se de um modelo que já se incorporou às nossas práticas. Quero destacar que a EAPE está mudando para tentar se adequar aos novos tempos e está voltada fundamentalmente para atender às necessidades dos professores e das nossas escolas, e não o contrário. Essa é a EAPE que estamos reorganizando e preparando para ofertar para a rede.

 

Ainda de acordo com a Diretoria de Inovação, Tecnologias e Documentação, em 2021, 13.589 servidores concluíram alguma formação na EAPE.

 

Como ocorrem as aulas no formato on-line

 

As atividades pedagógicas no formato on-line são realizadas por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (Moodle). Nesse espaço há diferentes ferramentas, que são chamadas de recursos e/ou atividades, como: chat, fórum, lições, tarefas, arquivos de texto, imagens ou áudios, links para vídeos, entre outras.

 

De acordo com a proposta da formação de cada curso, podem ser realizados encontros síncronos, aqueles que ocorrem em tempo real. Nesse caso, formador e cursista interagem no espaço virtual ao mesmo tempo. Esse momento pode ocorrer por meio de aplicativos de reunião como Zoom, Google Meet e Teams Meet. Os links de acesso e os horários específicos para esses encontros são divulgados e disponibilizados pelos formadores também na plataforma Moodle.

 

Outra estratégia de formação é a realização de lives educacionais. Live em português significa, no contexto digital, ao vivo. Na linguagem da internet, a expressão passou a caracterizar as transmissões ao vivo feitas por meio das redes sociais. Na EAPE, as lives são transmitidas pelo Canal da EAPE no YouTube. Nesse espaço, temas de interesse de toda a comunidade escolar são apresentados e, em alguns momentos, as lives realizadas podem ter vínculo com algum curso ministrado.

 

Encontros presenciais na EAPE

 

De acordo com o responsável pela Diretoria de Organização do Trabalho Pedagógico e Pesquisa, Orlando Cerqueira, os encontros presenciais na EAPE são fundamentais e foram planejados para ocorrer de uma forma específica.

 

O início das aulas no período matutino ocorre às 9h.  Para a maioria dos professores lotados nas regionais de ensino mais distantes, é difícil chegar às 8h, pois o trânsito é intenso até a EAPE – que fica na área central de Brasília (907 sul). Pelo mesmo motivo, o início das aulas no período vespertino ocorre às 14h. A EAPE dispõe de 38 salas de aula, um auditório, além de outros espaços diferenciados de aprendizagem, como, por exemplo, as áreas verdes, que tornam os encontros presenciais muito mais agradáveis.

 

O retorno às aulas presenciais segue ainda os protocolos de segurança e higiene contra a Covid-19, como distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras para minimizar o risco de contaminação.

 

Nesse momento de retorno às atividades pós-isolamento físico causado pela pandemia de Covid-19, os encontros presenciais na EAPE transformam a instituição num espaço de reencontro, de ressocialização, de ênfase nos aspectos socioafetivos do processo de ensino e aprendizagem e também de destaque da prática pedagógica.

 

Podcast Informativo EAPE

 

O ensino híbrido também foi o tema da quarta edição do podcast Informativo EAPE. Esse trabalho apresenta reportagens de até cinco minutos que são compartilhadas nas principais plataformas de streaming, pelo WhatsApp e ficam disponíveis aqui também.

 

Ouça aqui:

Governo do Distrito Federal