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2/10/23 às 14h09 - Atualizado em 10/10/23 às 18h54

Projeto “Pegue e Pague” incentiva honestidade nas escolas públicas

A iniciativa faz parte do projeto NaMoral, uma parceria entre a Secretaria de Educação e o MPDFT

Tainá Morais, Ascom/SEEDF

 

Em 2023, o projeto que incentiva a honestidade já foi aplicado em sete escolas do DF | Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF

 

Na busca por promover valores de responsabilidade e confiança entre os estudantes do DF, um projeto tem gerado grande interesse e debate nas escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal. A ideia por trás do “Pegue e Pague”, que é uma das missões do projeto NaMoral, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em parceria com a Secretaria de Educação do DF, é simples, mas poderosa.

 

A escola disponibiliza uma variedade de produtos a cada dia da semana, como pipoca ou geladinhos que são colocados em uma caixa de fácil acesso durante o recreio. Os estudantes podem simplesmente pegar um geladinho ou uma pipoca, saboreá-los e, se desejarem, deixar o valor correspondente em uma caixa de pagamento honorário. Não há câmeras de segurança, funcionários supervisionando ou cobrando valores. A responsabilidade recai sobre os ombros dos próprios estudantes.

 

Em 2023, o projeto foi aplicado em sete escolas do DF como uma espécie de teste. O Centro Educacional Gesner, do Gama, foi uma das instituições escolhidas para o teste. A supervisora pedagógica e também do Projeto NaMoral na unidade escolar, Camila Costa, compartilha a visão e os objetivos da iniciativa.

 

O projeto ‘Pegue e Pague’ é uma oportunidade para promover a ética, a integridade e a responsabilidade entre nossos alunos. Queremos ensinar valores que vão além das disciplinas tradicionais e preparar os alunos para enfrentar desafios do mundo real. Nossos estudantes estão participando do projeto NaMoral desde o início e isso tem ajudado muito a trabalhar essas questões”, explica.

 

O projeto não apenas testa a honestidade dos jovens, mas também os desafia a refletir sobre a importância da confiança mútua na sociedade. Marina Castro, 11 anos, é aluna da instituição e ajuda todos os dias a organizar os produtos para colocá-los à venda. Ela compartilha suas experiências. “No início fiquei surpresa com a ideia. Parecia estranho poder pegar algo sem ninguém estar olhando. Mas depois percebi que era uma oportunidade para mostrar que somos responsáveis e confiáveis. Além disso, vai ajudar na nossa formatura”, destaca.

 

Marina Castro, 11 anos, ajuda a organizar os produtos para colocá-los à venda e confessa que ficou surpresa com a ideia no início | Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF

 

A parceria entre o MPDFT e a Secretaria de Educação tem sido fundamental para a realização do projeto, que já está em sua segunda edição. Além de promover valores éticos, o “Pegue e Pague” tem contribuído para criar um ambiente escolar mais solidário e confiável.

 

Essa abordagem de ensino não apenas desafia os alunos a serem honestos, mas também os incentiva a se tornarem cidadãos responsáveis e conscientes de suas ações. O “Pegue e Pague” é uma lição que vai além da sala de aula e contribui para a formação de futuros líderes éticos em nossa sociedade.

 

NaMoral

 

O NaMoral é uma iniciativa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Por meio de uma tecnologia social gamificada e metodologias ativas, o projeto leva vivências práticas de ética e cidadania aos estudantes, construindo um ecossistema de integridade e formando embaixadores, influenciadores e restauradores da honestidade.

 

A iniciativa busca disseminar valores relacionados à integridade, ética, cidadania e enfrentamento à corrupção. O projeto-piloto foi implementado em nove escolas públicas em 2019 e desafiou os estudantes, a partir de ferramentas de gamificação, a construir um ecossistema de integridade. Com ações que alcançaram toda a comunidade escolar, foram cerca de 8 mil crianças e jovens impactados.

 

Em 2020, a iniciativa recebeu o prêmio do Conselho Nacional do Ministério Público na categoria “Redução da corrupção”. Em 2020 e 2021, o projeto foi implementado em sua primeira versão virtual, voltada para estudantes universitários. Em 2022, voltou a ser realizado de forma presencial e teve a participação de 12 escolas.

 

Em 2023, o jogo vem sendo aplicado como parte do componente curricular em 39 escolas públicas do Distrito Federal. A expansão é resultado da parceria firmada com a Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape), que capacitou 108 professores para ministrar a disciplina.

 

 

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