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9/05/22 às 13h29 - Atualizado em 17/05/23 às 15h11

Professores serão formados em terapia comunitária

Docentes do Gama e de Santa Maria serão multiplicadores da técnica, que favorece a solução de conflitos e promove o comportamento comunitário

Catarina Lima, da Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

 

Primeira turma de professores teve início em março e vai até novembro, com 240 horas de ensinamento. Foto: Tony Winston/Agência Saúde-DF

 

A Coordenação Regional de Ensino do Gama busca nas práticas integrativas de saúde uma alternativa para melhorar a qualidade de vida de professores e estudantes da cidade. O projeto foi idealizado em 2018 pelos professores Francisca Beleza e Cleison Ferreira e a psicóloga Doralice Gomes, da Secretaria de Saúde, e implantado no Centro Educacional Gesner Teixeira, na localidade do DVO, no Gama, para alunos do 8º e do 9º anos.

 

As práticas integrativas levaram a terapia comunitária integrativa (TCI) à unidade. Neste ano, com o retorno das aulas presenciais, foi realizada parceria com a Secretaria de Saúde para formação da primeira turma de professores em TCI. São 27 docentes de dez escolas do Gama que estão fazendo o curso, com direito a certificação da Universidade de Brasília (UnB). “A ideia é que os professores levem o conhecimento para suas escolas”, afirma Francisca. Também fazem o curso quatro professores de Santa Maria.

 

A TCI consiste em promover um comportamento comunitário, ou seja, a comunidade se reúne para resolver seus problemas, a partir dos recursos existentes. Nessas reuniões, ocorre brainstorm e são aplicadas técnicas de massagem, reiki, automassagem, tai chi chuan, entre outras.

 

Com 240 horas /aula, o curso teve início em março, vai até novembro e é ministrado pela Gerência de Práticas Integrativas da Secretaria de Saúde. Francisca explica que cada professor assume o compromisso de realizar 30 rodas de terapia na unidade de ensino onde atua. Ao todo, o grupo fará mais de 900 rodas ao término do curso.

 

Referência Técnica Distrital de Terapia Comunitária, Doralice Gomes explica que o curso tem um diferencial importante. “Além da parte teórica e técnica, os profissionais terão ao longo do ano um processo terapêutico, pois, para entrar em contato com as dores emocionais de outra pessoa, é fundamental que o terapeuta tenha trilhado um caminho de autoconhecimento”, afirma.

 

Uma das alunas é a professora de matemática Leila Cunha, coordenadora do projeto integral no Centro Educacional Gesner Teixeira, no Gama. “É uma oportunidade de saber que os alunos e a escola vão poder contar comigo”, ressalta ela.

 

Além da parte teórica e técnica os profissionais terão ao longo do ano um processo terapêutico para entrar em contato com as dores emocionais de outra pessoa. Foto: Tony Winston/Agência Saúde-DF

 

A Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, explica que a ideia é ampliar o projeto para todo o DF. “O Gama foi o piloto desse projeto e nós pretendemos estender a parceria com a Secretaria de Saúde para as demais regionais de ensino, como parte do Plano de Urgência pela Paz nas Escolas”, afirma.

 

Entendemos que as práticas integrativas podem contribuir com a redução de episódios de violência nas escolas, além de ser um ganho para a qualidade de vida dos profissionais e dos estudantes. Em muitos casos, havendo resultados positivos comprovados por acompanhamento médico, as práticas integrativas podem até evitar o uso de medicamentos pesados”, acrescenta a secretária.

 

Espaço Olhar

 

Na Coordenação Regional de Ensino do Gama, a TCI levou à implantação do Espaço Olhar, onde antes da pandemia eram ministrados cursos de reiki, terapia ayurvédica, aulas de tai chi chuan para professores e terapia comunitária integrativa em algumas escolas.

 

Capacitação ocorre às segundas-feiras no período vespertino, com certificado pela Universidade de Brasília e com o apoio da Associação Brasileira de Terapia Comunitária. Foto: Tony Winston/Agência Saúde-DF

 

A coordenadora regional de ensino do Gama, Cássia Marques, disse que, no início, acreditava que, se conseguisse tornar o ambiente escolar mais humanizado, conseguiria levar isso para a sociedade.

 

Quando conversei com a Francisca e com o professor Cleison, percebi que era possível fazer ao mesmo tempo a transformação interna e externa. Foi aí que criamos o Espaço Olhar para atender o público interno e fazer a terapia comunitária integrativa com os estudantes nas escolas”, explica.

 

Cássia acredita que os problemas existentes antes da pandemia se agravaram no auge da crise. “Tivemos perda de parentes, medo da morte e agora estamos em readaptação”, diz.

 

Responsável pelo tratamento dos professores no Espaço Olhar da regional de ensino, a terapeuta holística Delane Fernandes garante que o local tem sido um sucesso. Os atendimentos são de terça a quinta-feira. A agenda abre toda segunda-feira pela manhã e, segundo ela, em dez minutos está preenchida.

 

São oferecidos massagem podal na sola dos pés, com óleos naturais de camomila com anis estrelado, alfazema do campo, manjericão e alecrim; escalda pés e técnicas respiratórias. “Quando a pessoa entra aqui, eu digo: dê adeus ao mundo lá fora, porque este momento é seu”, explica Delane. A terapia dura 30 minutos.

 

*Com informações da Secretaria de Saúde do DF

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